domingo, 6 de setembro de 2009

Sobre estar sozinho...


Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transforamações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compativel com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependencia, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem estar. A idéia de uma pessoa ser o remédio para a nossa felicidade, que nasceu com o romantismo esta fadada a desaparecer neste inicio de século. O amor romantico, parte da premissa de que somos uma fração e precisamos achar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas caracteristicas para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: O outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, o outro deve ser agressivo e assim por diante. Uma idéia pratica de sobrevivencia e pouco romantica por sinal. A palavra de ordem deste século é PARCERIA. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnologico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é principe nem salvador de coisa alguma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Essa é a era da individualidade. Vejam bem, individualidade não tem nada a ver com egoismo. O egoista nao tem energia própria, ele se aproveita da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros e não a união de duas metades. E ela só é possivel para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais competente o individuo for para viver sozinho, mais preparado estará para ama boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrario, dá dignidade á pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Cada cerebro é unico. Nosso modo de pensar e agir não serve de referencia para avaliar ninguem.
Muitas vezes pensamos que outro é nossa alma gêmea e, na verdade o que fizemos foi inventa-la ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um dialogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão o individo entende que a harmonia e a paz de espirito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.
Ao perceber isso ele se torna menos critico e mais compreensivel quanto as difrenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudavel. Nesse tipo de ligação ha o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes você precisa aprender a perdoar a si mesmo....

Nenhum comentário: